Revista da Universidade Federal de Minas Gerais
Ano 4 - nº. 9 - Julho de 2006 - Edição Vestibular
Tecnologia do cotidiano
Algumas clínicas médicas, por exemplo, já têm
todos os prontuários informatizados e fazem o controle dos pacientes
através de um software (programa de computador). As financeiras já
podem liberar um empréstimo automaticamente por meio de um sistema
que analisa os dados de quem pede o crédito. A cada dia que passa,
a tecnologia está mais presente nos produtos e serviços que
utilizamos. Encontrar soluções e transformá-las em
softwares é responsabilidade de quem se forma no curso de Sistemas
de Informação.
Com apenas dois anos de existência, o curso de Sistemas de Informação
da UFMG mostra-se cada vez mais importante num mundo onde a tecnologia da
informação é um elemento estratégico. Como explica
o coordenador, Wagner Meira Júnior, esta é uma evolução
da Computação. “Se na Computação você
usa o computador como fim, em Sistemas de Informações ele
é o meio”, esclarece.
![]() ![]() Software de edição de áudio e vídeo utilizados pela TV UFMG e rádio UFMG educativa. |
Para o analista de tecnologia da informação da Fundação
de Desenvolvimento da Pesquisa (Fundep), Hidalgo Fontes Leite, 29 anos,
um dos estímulos da profissão “é a tecnologia,
o desafio do novo, do prático, do projeto que se inicia como idéia
e se torna ferramenta trazendo resultados ao interessado”, afirma.
Hidalgo ainda ressalta a abrangência que o trabalho permite: “A
partir de seus serviços você pode criar e disponibilizar algo
que pode ser usado em qualquer parte do planeta”, enfatiza.
Atualmente, a maioria dos profissionais que trabalha nessa área ainda
é formado em Ciência da Computação. O gerente
de projetos da empresa Paradigma, Daniel Mendes, 25 anos, é um bom
exemplo. Sua principal atividade é a elaboração de
sistemas para financeiras e a gestão de conteúdo, que consiste
em criar ferramentas para que as próprias empresas atualizem seus
sites. Ele explica que o aprofundamento na área de Sistemas de Informação
ainda é uma novidade no mercado e que é importante fazer a
distinção entre as atividades. “Nas empresas onde o
foco de atuação não é a Computação,
quem forma em Sistemas de Informação tem o perfil mais adequado”,
conta Daniel. Para conhecer melhor as interfaces da área, o profissional
atualmente faz mestrado em Ciência da Informação.
Interface profissional Com duração de quatro anos, o curso oferece, nos dois primeiros, disciplinas básicas de Matemática, Ciência da Computação e Ciências Humanas. Em seguida, o aluno escolhe uma Formação Complementar, que pode ser feita em Estatística, Ciências Administrativas ou Ciência da Informação. Boa parte dessas atividades são realizadas nos 35 laboratórios do departamento de Ciência da Computação (DCC) e em mais de 400 estações de trabalho.
Fazer disciplinas em outras áreas do conhecimento é uma das
principais características do curso. “Nossa idéia é
formar um profissional de interface, que saiba avaliar as demandas de informática
e projetar soluções”, acrescenta Wagner Meira. Assim,
o profissional pode, por exemplo, em determinada empresa, estudar e implementar
o melhor sistema de fluxo de trabalho.
Outro diferencial é o horário do curso, ofertado a partir
das 17 horas. Para o aluno Walter dos Santos, 28, mestrando do departamento
de Ciências da Computação (DCC), essa é uma postura
muito interessante da Universidade. “É uma forma de ampliar
o acesso, dando chances para mais pessoas se formarem num bom curso. E isso
é fundamental num mercado que tem cada vez mais demanda para bons
profissionais”, afirma.
A boa formação é inclusive uma das grandes preocupações
do curso. Segundo o coordenador, por ser uma área nova, é
muito comum o surgimento de diversos cursos de Sistemas de Informação.
“Isso é muito complicado, porque muitos cursos não têm
qualidade e formam profissionais muitas vezes despreparados”, ressalta.
Criatividade, empreendedorismo e capacidade de interagir com várias
áreas são características fundamentais para quem quer
atuar na área. Com esse perfil, o profissional pode escolher entre
várias formas de atuação, como Desenvolvimento de Sistemas,
Banco de Dados, Infra-estrutura, Consultoria, Gestão e Educação.
“O profissional deve estar atento às áreas de destaque,
como a de segurança, qualidade de software e outros que o diferenciam”,
lembra Hidalgo, analista da Fundep.
Além disso, nos últimos anos têm surgido várias
empresas de prestação de serviços e as chances de inserção
no mercado são cada vez maiores. Essas empresas são responsáveis
pela modernização e informatização de outras
empresas. Daniel Mendes, que trabalha em uma dessas empresas terceirizadas,
explica que a demanda é grande, principalmente na área de
gestão do conteúdo. “Saber traduzir as necessidades
das empresas em softwares e em ferramentas de atualização
dos sites é o grande desafio”, explica.