Revista da Universidade Federal de Minas Gerais
Ano 4 - nº. 9 - Julho de 2006 - Edição Vestibular


Editorial

Educação para desenhar o futuro

Entrevista
Resposta às demandas sociais

Extensão e pesquisa
Conhecimento público e para o público

Empreendedorismo
Aprendizes de feiticeiro

Assistência ao estudante
As invisíveis barreiras da educação

Internacionalização
Janelas para o mundo

Ciências Agrárias
Agronomia
Medicina Veterinária
Zootecnia

Ciências Biológicas
Ciências Biológicas

Ciências da Saúde
Nutrição
Educação Física
Enfermagem
Farmácia
Fisioterapia
Fonoaudiologia
Medicina
Odontologia
Terapia Ocupacional

Ciências Exatas e da Terra
Ciência da Computação
Ciências Atuariais
Estatística
Física
Geologia
Matemática
Matemática Computacional
Química
Sistemas de Informação

Ciências Humanas
Ciências Sociais
Filosofia
História
Pedagogia
Psicologia

Ciências Sociais Aplicadas
Administração
Arquitetura e Urbanismo
Biblioteconomia
Ciências Contábeis
Ciências Econômicas
Comunicação Social
Direito
Geografia
Turismo

Engenharias
Engenharia Civil
Engenharia de Controle e Automação
Engenharia de Minas
Engenharia de Produção
Engenharia Elétrica
Engenharia Mecânica
Engenharia Metalúrgica
Engenharia Química

Lingüística, Letras e Artes
Teatro
Artes Visuais
Letras
Música

UFMG Diversa
Expediente

Anúncios
Edições anteriores

Na casa, na mesa ou na indústria

Engenharia de Minas

Os minérios estão por toda parte, do sal que tempera as refeições aos eletrodomésticos. Cuidar dos processos de extração e de beneficia- mento de minérios são as principais tarefas dos engenheiros de minas.

Quer construir uma casa? Da argila se faz o tijolo. Do calcário obtém-se o cimento. O minério de ferro é transformado em vergalhões e encanamentos. No acabamento encontramos quartzo nos vidros, pigmentos de titânio na tinta, além de mármores e granitos em pisos e pias. Resumindo, não se constrói uma casa sem os minérios.
Foca Lisboa

Consultor explica, durante a Mostra das Profissões 2006 UFMG, processos
de extração de minérios

O trabalho do engenheiro de minas começa pela busca de depósitos, ou reservas. Depois de encontrados, é preciso fazer um estudo detalhado e planejar a exploração do recurso. Só então é feita a extração, processo conhecido como lavra. Após ser retirado da natureza, o minério passa pelo beneficiamento, atividade que processa, separa e/ou concentra os minerais extraídos. Durante todas essas etapas, a preocupação ambiental é uma constante para o engenheiro de minas, que deve estar preparado para minimizar os impactos ambientais.

Das várias possibilidades de atuação, Flávio Vieira Costa, 34 anos, escolheu os processos de lavra. Empregado da Companhia Vale do Rio Doce, Flávio, atualmente, é responsável pelo planejamento e acompanhamento da retirada de minério na cidade de Congonhas. Sua rotina é entre o escritório e a mina, aonde vai pelo menos uma vez por dia. Para Flávio, responsabilidade é a palavra que melhor define a profissão. “Além de planejar a extração, no meu caso tenho que fazer com que ela seja seguida corretamente e que não ofereça risco para os trabalhadores”, explica o engenheiro.

Longe das minas Planejamento e consultoria ambiental, execução de barragens e análises laboratoriais são outros caminhos que o engenheiro de minas pode trilhar. Antônio Carlos Rocha, 34 anos, por exemplo, trabalha em uma multinacional que elabora softwares (programas de computador) de planejamento de minas. “Meu trabalho é de suporte para quem atua diretamente nas minas”, explica.

A estudante Aline Pereira Leite, 25 anos, também começou a ter contato com a prática profissional longe das minas. A aluna está no 9o período, mas desde o final do 6o período faz iniciação científica na UFMG, na área de concentração mineral, e já passou por quatro projetos, em parceria com empresas privadas. Ela explica que, atualmente, muitas empresas buscam ampliar o negócio com novos minérios. No laboratório, ela faz análises desses materiais e cria processos de concentração que deixam o minério pronto para a venda. Para a estudante, “a iniciação científica é uma grande oportunidade de colocar em prática o aprendizado e de se aproximar do mercado”.

Essa também é a opinião do coordenador do curso de Engenharia de Minas da UFMG, Adriano Heckert Gripp. Ele reforça que a iniciação científica é um dos principais diferenciais da UFMG. Com nove laboratórios, o curso ainda conta com um quadro de professores qualificado e oferta de bolsas para estudantes, o que possibilita a realização das pesquisas.

Nos primeiros períodos, os alunos devem fazer matérias básicas de Cálculo, Química, Física e Geologia no campus Pampulha. A partir do quinto período, o aluno passa a cursar disciplinas específicas no prédio de engenharia, que fica no centro de Belo Horizonte. O currículo é completado com um estágio obrigatório. O curso tem duração de cinco anos e procura dar ao aluno uma formação ampla.

O mercado de trabalho para os engenheiros de minas vive um bom momento. Já é consenso entre todos os profissionais da área que basta ter uma boa formação para que o profissional tenha emprego garantido. Mesmo antes de formar, em 2002, Flávio Vieira, da Vale do Rio Doce, já estava empregado. Ele garante que com seus colegas de turma não foi diferente. Todos conseguiram emprego rapidamente. Estar disposto a mudar de cidade já é um bom passo, explica Flávio: “As jazidas podem estar em qualquer lugar do país, basta ter disponibilidade para ir até elas”.

Prova de que o mercado vai bem é a grande oferta de estágios, mesmo para estudantes dos primeiros períodos. Entretanto, a recomendação feita pelo coordenador do curso, Adriano Gripp, é que os estágios sejam feitos no final do curso, quando os alunos já estiverem com uma formação sólida na área. Além disso, o professor reforça que o curso exige muita dedicação e o estágio precoce pode prejudicar o desempenho do aluno.