Revista da Universidade Federal de Minas Gerais
Ano 4 - nº. 9 - Julho de 2006 - Edição Vestibular


Editorial

Educação para desenhar o futuro

Entrevista
Resposta às demandas sociais

Extensão e pesquisa
Conhecimento público e para o público

Empreendedorismo
Aprendizes de feiticeiro

Assistência ao estudante
As invisíveis barreiras da educação

Internacionalização
Janelas para o mundo

Ciências Agrárias
Agronomia
Medicina Veterinária
Zootecnia

Ciências Biológicas
Ciências Biológicas

Ciências da Saúde
Nutrição
Educação Física
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Terapia Ocupacional

Ciências Exatas e da Terra
Ciência da Computação
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Lingüística, Letras e Artes
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Internacionalização

Janelas para o mundo

Prepare o passaporte, o mapa e o “mochilão”. Na UFMG, a graduação é uma janela aberta para o mundo. “Participamos, atualmente, de 67 programas de intercâmbio, que envolvem convênios com mais de 50 instituições em 31 países”, informa a professora Eliana Dutra, diretora de Relações Internacionais da UFMG. “O conhecimento não pode ter fronteiras”, defende, “por isso, buscamos possibilitar aos nossos estudantes o contato com outras comunidades científicas e culturas, ao mesmo tempo em que abrimos nossas portas para os estudantes estrangeiros”, completa. Atualmente, 350 estudantes estrangeiros das mais diversas partes do globo estudam na UFMG.

Foto: Luís Carlos Rubino

“Quando cheguei, fiquei impressionado com o tamanho da Universidade. A UFMG é do tamanho da minha cidade!”, lembra Martin Schlesinger, 25 anos, estudante da Bauhaus-Universität Weimar, na Alemanha. O estudante está no Brasil desde agosto de 2005 cursando disciplinas do curso de Comunicação Social. Segundo ele, o intercambista precisa se adaptar aos padrões de vida e realidades do país estrangeiro. “Quando cheguei, mal sabia comprar uma passagem de ônibus, fui aprendendo a língua no dia a dia. Também tive que aprender a me virar em Belo Horizonte, maior cidade em que já morei”, conta.

Lidar com diferenças é um desafio para quem embarca para outros países. Fernando Pacheco, 23 anos, estudante do 9o período de Arquitetura e Urbanismo, passou seis meses na Argentina, na Universidade Nacional de Rosário. O estudante conseguiu o intercâmbio por meio do Programa Escala Docente, que integra universidades do Grupo Montevidéu, entre elas, a UFMG. “O programa é voltado para a América Latina e busca estabelecer diálogo e integração entre os países vizinhos”, explica a diretora Eliana Dutra. Para Fernando, a experiência foi genial. “Temos mania de valorizar a cultura européia. Se o Mercosul garante a abertura comercial, ainda temos muito o que trocar quando o assunto é cultura e conhecimento”, diz ele, que conta ter procurado aproveitar a experiência ao máximo, mesmo fora da universidade. “Fiz até aula de tango”, diverte-se.

Também participante do Programa Escala Docente, Andrea Cathlyn Acevedo, 25 anos, veio de Montevidéu, no Uruguai, para estudar Artes Visuais. Ela concorda com Fernando sobre a importância de um programa voltado para a integração dos países latino-americanos. “Intercâmbio é legal em qualquer parte, mas é melhor conhecer primeiro sua identidade, a história de seu próprio continente”, diz a estudante, que está no Brasil desde março desse ano. Em poucos meses, Andrea sentiu as diferenças. “Queria conhecer novas metodologias e sistemas de ensino. A UFMG é bem diferente da minha universidade, aqui há um enfoque maior na área teórica”, compara.

Direito de ir e vir A Diretoria de Relações Internacionais ofereceu, no último edital do programa, 181 vagas de intercâmbio em 37 universidades. Apareceram 600 candidatos. “Fazemos análise do histórico escolar, por isso é importante ter destaque acadêmico, tirar boas notas, demonstrar interesse. Além disso, o aluno tem que comprovar proeficiência na língua do país para onde quer ir”, adverte Eliana Dutra.

Andréa Furtado, 24 anos, estudante 7o período do curso de Letras, sempre quis viajar para o exterior, principalmente por razões profissionais. “Faço habilitação em Inglês e hoje é praticamente uma exigência do mercado ter morado num país que fale a língua para conseguir emprego”, diz. O único empecilho para realizar a tão sonhada viagem era o financeiro. “Minha família não tem como arcar com os custos da viagem e eu muito menos”, conta. A ajuda veio da própria UFMG. Desde o ano passado, a Fundação Mendes Pimentel (Fump) reserva um fundo de apoio ao intercâmbio internacional para estudantes carentes. Resultado: Andrea está de malas prontas para sua primeira viagem internacional, para Madison, nos Estados Unidos, onde vai passar seis meses. Todas as despesas da viagem, como alimentação, transporte, hospedagem e seguro saúde, foram cobertas pela Fump. Além disso, a fundação pagou a passagem, em regime de empréstimo, a ser pago depois que Andréa se formar. “O fato de a Fump ajudar o estudante carente a viver uma experiência como essa ajuda a diminuir um pouco as diferenças entre quem pode contar com a ajuda financeira da família e quem não pode. Nunca imaginei que seria possível fazer um intercâmbio ainda na graduação”, diz Fernanda.

“Estamos trabalhando na elaboração de propostas para democratizar ainda mais o acesso dos alunos aos programas de intercâmbio. Queremos afirmar nosso compromisso com a troca de conhecimento e experiência, dentro dos princípios da reciprocidade, da igualdade e da solidariedade”, adianta a diretora de Relações Internacionais da UFMG, Eliana Dutra. Até o momento, a maior parte dos programas de intercâmbio inclui a isenção do pagamento das taxas das universidades parceiras. Algumas universidades oferecem auxílio como alojamento em moradia estudantil, seguro contra acidentes e refeição nos restaurantes universitários, ofertas que são informadas diretamente no edital de seleção de cada programa.