Revista da Universidade Federal de Minas Gerais
Ano 4 - nº. 9 - Julho de 2006 - Edição Vestibular
Protagonistas do futuro
Dinamismo, agilidade, olhos e ouvidos bem abertos para as novidades do mundo e uma capacidade de abstração algarítmica são ingredientes básicos para quem escolhe a Ciência da Computação. Mas não basta estar afiado no uso das novas tecnologias. “Se eu fosse treinado a só usar as tecnologias, como muitos cursos fazem, três anos depois de formado eu estaria obsoleto”, explica o coordenador do curso de Ciência da Computação da UFMG, Renato Antônio Celso Ferreira. “Não formamos usuários com um alto nível de atualização. Formamos profissionais capazes de compreender e interpretar as ferramentas tecnológicas”, completa.
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Para formar profissionais com esse perfil, a carga teórica do currículo
é intensa. “O curso oferece possibilidades de aprender tudo
que aparece de novo no mundo da computação e entender como
as coisas funcionam, sem estar ligado a uma só tecnologia ou serviço”,
explica Aguimar Ribeiro Júnior, 25 anos. Mas quando estava na Universidade,
Aguimar era um dos alunos que criticavam a carga teórica do currículo.
Hoje, como gerente de produtos da Telemig Celular, ele reconhece a importância
da formação que recebeu na UFMG.
No trabalho, Aguimar Ribeiro não conhece a palavra rotina. Ele desenvolve
softwares de produtos e serviço, tais como as ferramentas de download
para músicas, imagens e serviços de agenda para os aparelhos
celular. “A cada semana, estamos em contato com atividades diferentes”,
explica.
O curso tem quatro anos de duração e os dois primeiros são
dedicados à Matemática. Em seguida, o aluno entra para o ciclo
profissional, onde irá aprender a computação em detalhes.
Para aplicar as teorias à prática, os estudantes fazem disciplinas
nos laboratórios e atividades extra-classe. Atualmente, o departamento
possui cerca de 30 laboratórios com equipamentos de alta tecnologia.
Esse foi, por exemplo, um dos motivos que fez com que o curso fosse eleito
como melhor do país na ultima avaliação do Ministério
da Educação.
“Não que o curso queira formar apenas cientistas, mas o aluno
deve aprender a pensar para se garantir no mercado e conseguir se atualizar
depois de formado”, afirma Alessandro Mendes, 24 anos. Ele se formou
no final de 2005 e atualmente se dedica ao mestrado, na própria UFMG.
“O curso é excelente e a carreira é muito promissora.
É claro que o aluno tem que se dedicar, porque é pesado. Mas
é compensador”, completa.
Rede de oportunidades Caso o aluno
queira se aprofundar em uma área específica, o cardápio
é grande: as opções vão das pesquisas militares
à Medicina. Nesse caso, o caminho é a Formação
Complementar, com disciplinas oferecidas por outros departamentos e unidades
acadêmicas da própria UFMG.
Desenvolver softwares e programas, trabalhar como analista de sistema ou
administrador de rede são possibilidades de atuação
do profissional da Ciência da Computação. Quem escolher
um desses caminhos deve orientar o próprio currículo, fazendo
estágios, que podem ser realizados dentro ou fora da Universidade.
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Para quem tem um perfil empreendedor, criar a própria empresa pode
ser uma alternativa. Nessa área, o departamento de Ciência
da Computação é pioneiro no país em ofertar
matérias específicas como Economia, Administração
e Empreendimentos. Existe também a Empresa Júnior, gerida
pelos estudantes. “É uma oportunidade única para que,
ainda na Universidade, o aluno tenha a chance de conviver com problemas
e situações reais de uma empresa”, explica Alessandro
Mendes, que, durante um ano, fez parte da empresa júnior do curso.
Uma última possibilidade é seguir carreira acadêmica.
O mestrado e o doutorado são pontos fortes no curso de Ciência
da Computação na UFMG. “Buscamos, na Graduação,
dar aos alunos uma formação abrangente e profunda, que constitua
uma base sólida caso o estudante queira prosseguir na carreira acadêmica,
continuando os estudos numa pós-graduação”, afirma
o coordenador do curso. Independente da área em que o profissional
quer atuar, as perspectivas são boas. “Estamos na Era da Informação,
mas só começamos a trabalhar com a ponta da casca do que pode
ser pesquisado”, completa Renato Ferreira.