Revista da Universidade Federal de Minas Gerais
Ano 4 - nº. 9 - Julho de 2006 - Edição Vestibular


Editorial

Educação para desenhar o futuro

Entrevista
Resposta às demandas sociais

Extensão e pesquisa
Conhecimento público e para o público

Empreendedorismo
Aprendizes de feiticeiro

Assistência ao estudante
As invisíveis barreiras da educação

Internacionalização
Janelas para o mundo

Ciências Agrárias
Agronomia
Medicina Veterinária
Zootecnia

Ciências Biológicas
Ciências Biológicas

Ciências da Saúde
Nutrição
Educação Física
Enfermagem
Farmácia
Fisioterapia
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Medicina
Odontologia
Terapia Ocupacional

Ciências Exatas e da Terra
Ciência da Computação
Ciências Atuariais
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Ciências Humanas
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Engenharia Química

Lingüística, Letras e Artes
Teatro
Artes Visuais
Letras
Música

UFMG Diversa
Expediente

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Edições anteriores

Amor à palavra

Letras

“Vim pelo caminho difícil,
a linha que nunca termina,
a linha bate na pedra,
a palavra quebra uma esquina,
mínima linha vazia,
a linha, uma vida inteira,
palavra, palavra minha.”

Nessa espécie de declaração de amor à palavra, o poeta Paulo Leminski admite a dificuldade que existe ao lidar com a linguagem, essa “linha que nunca termina”, com a qual tecemos nossos textos, falas, discursos, cartas, e-mails. É pela palavra, escrita ou falada, que nos relacionamos, nos expressamos, emitimos opiniões sobre o mundo, produzimos e transmitimos conhecimento. Basta olhar para essa revista, a UFMG Diversa, que você tem em mãos – o que seria dela sem as palavras? Aliás, o que seria do homem sem essa peculiar habilidade de formular e exprimir pensamentos através da linguagem? Mas trabalhar com o mundo literário, como disse o poeta, pode parecer uma tarefa interminável. Palavra pode virar poema, discurso, notícia, declaração de amor... Pode, inclusive, virar objeto de estudo. É o caso para quem decide estudar Letras.


Cenas de vídeos interativos no Museu Nossa Língua Portuguesa, em SP

Fica claro que quem opta pelo curso de Letras deve gostar de ler, de escrever, de estudar línguas e as produções textuais, em suas mais diversas manifestações – da prosa ao verso, dos textos comerciais aos textos literários. E não estamos falando apenas da língua portuguesa. O domínio de outros idiomas é exigência para quem se interessa pela área. “Estamos inclusive estimulando a formação em uma licenciatura dupla, em português e em uma língua estrangeira”, esclarece o coordenador do curso, Wander Emediato. Segundo o professor, o interessante do curso é a possibilidade de o estudante traçar a própria trajetória. “Estamos tirando o aluno de uma posição passiva e o incluindo na própria gestão acadêmica, ou seja, o estudante precisa entender o curso e aprender a buscar o conhecimento”, acredita Wander, que considera que o caráter flexível do curso pode influenciar diretamente na atuação profissional. “Como formamos muitos professores, é bom que, ao entrar no mercado de trabalho, o profissional tenha consciência da importância de gerar autonomia em seus próprios alunos”, reflete o coordenador.

Formação ampla Nos dois primeiros períodos são oferecidas as disciplinas obrigatórias, que oferecem a base de formação em estudos sobre linguagem e literatura - Introdução aos Estudos Lingüísticos I e II, Literatura I e II - e uma língua estrangeira (Inglês, Francês, Espanhol, Alemão, Italiano, Grego ou Latim). A partir do 3o período, aumenta a carga de disciplinas optativas, e o estudante escolhe as matérias de seu interesse. São doze habilitações nas modalidades Licenciatura e Bacharelado, oferecidas nos turnos diurno e noturno (leia quadro), e quinze linhas de formação complementar, em áreas diversas, como Cinema, Administração, Direito e Psicologia. A formação complementar, em que o estudante pode fazer disciplinas de outros cursos, é opcional, mas o coordenador ressalta a importância da conexão com muitas outras áreas. “Queremos oferecer uma formação mais ampla, que abra caminhos para o profissional”, explica.

De fato, são muitos os caminhos para os estudantes de Letras. O profissional pode atuar como redator, revisor, editor, tradutor, crítico literário, professor e pesquisador de língua e literatura, entre outros. Fernando Viotti, 30 anos, formado em Letras, escolheu o curso aos 25 anos, idade em que muitos já estão se formando. Aficcionado por livros, ele decidiu unir o útil ao agradável, fazendo do prazer uma profissão. Para ele, o mercado não deve ser a principal preocupação do estudante, mas sim o desenvolvimento intelectual. “O diferencial da UFMG é uma formação sólida e consistente, que não se deixa influenciar muito pelas demandas de mercado, sempre transitórias. As oportunidades de trabalho vêm como conseqüência”, afirma Fernando, que hoje é mestrando em Estudos Literários, na área de Literatura Brasileira pela UFMG. Atraídos pela possibilidade de aprimorar os conhecimentos em áreas específicas, muitos como Fernando, investem na carreira acadêmica.

É o caso de Aline Ferreira, 24 anos, estudante do 8o período e bolsista do Núcleo de Estudos da Tradução (NET). “Não entendia por que algumas traduções e legendagens eram tão diferentes das versões originais”, conta Aline, que desenvolveu um trabalho sob orientação do professor Fábio Alves, intitulado Processos Inferenciais e Competência em Tradução. Observando os pares lingüísticos alemão-português, inglês-português e espanhol-português, eles mapearam e compararam as decisões de tradutores novatos e experientes. Hoje, eles analisam a influência da memória de tradução, ou seja, traduções realizadas com ajuda do computador. “Espero que essa experiência de quase dois anos me ajude em futuros estudos, como no mestrado, dentro da linha de pesquisa de tradução”, conta a estudante.

As habilitações

Licenciatura Simples: Português (diurno e noturno), Inglês (diurno e noturno), Alemão (noturno), Espanhol (noturno), Francês (diurno), Italiano (diurno);

Licenciatura Dupla: Português/Francês (diurno), Português/Italiano (diurno) e Português/Alemão (noturno);

Bacharelado: Português (noturno), Inglês (diurno e noturno), Alemão (noturno), Grego (diurno), Latim (diurno) e Lingüística (diurno).