Revista da Universidade Federal de Minas Gerais
Ano 4 - nº. 9 - Julho de 2006 - Edição Vestibular


Editorial

Educação para desenhar o futuro

Entrevista
Resposta às demandas sociais

Extensão e pesquisa
Conhecimento público e para o público

Empreendedorismo
Aprendizes de feiticeiro

Assistência ao estudante
As invisíveis barreiras da educação

Internacionalização
Janelas para o mundo

Ciências Agrárias
Agronomia
Medicina Veterinária
Zootecnia

Ciências Biológicas
Ciências Biológicas

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Filosofia

Quem imagina que a Filosofia é um livre pensar sobre as “coisas” do mundo pode se surpreender. Como qualquer outro curso de graduação, o de Filosofia possui uma rotina acadêmcia, disciplinada, rigorosa, com muita leitura e dedicação.

Da rotina de um estudante de Filosofia fazem parte discussões sobre Lógica, Ética, Estética, Teoria do Conhecimento, Antropologia Filosófica e Filosofia das Ciências. Esses e outros temas dão origem aos conteúdos de várias disciplinas do curso de Filosofia da UFMG. Os alunos estudam, ainda, a História da Filosofia Grega, Medieval, Moderna e Contemporânea. “Os estudantes chegam com muitas idéias pré-concebidas sobre as coisas, mas é necessário um exercício de reflexão bem mais preciso, com uma exigência maior de fundamentação, de argumentação”, explica José Raimundo Neto, professor do departamento de Filosofia da UFMG.

Mas o rigor do pensamento não deve afugentar as idéias próprias, alerta o filósofo e professor da UFMG. “Todo calouro, estudante no início do curso, acaba ficando um pouco cético quando se depara com esse rigor. É importante acreditar nos próprios interesses, nos desejos em relação à Filosofia, mesmo que não tenha muita fundamentação, pois é possível desenvolver o pensamento a partir dos próprios interesses”, explica José Raimundo.

Suporte para as mais diversas reflexões é o que não vai faltar para quem entrar para o curso de Filosofia. O quadro de professores da UFMG é formado por gente de peso: 100% têm doutorado. “Nós temos especialistas de renome em todas as grandes áreas da Filosofia”, comemora José Raimundo. “Para quem quer se especializar, é perfeito”, completa João Gabriel Domingues, 21 anos, estudante do 5o período. “Os professores têm condições de dar um retorno muito bom para nós, alunos. Você sai do curso especializado na área que quiser”.

Opção de vida As salas de aula de Filosofia têm uma característica interessante: junto com alunos que acabaram de sair do ensino médio, há muita gente que lá está fazendo um segundo curso de graduação. Profissionais de outras áreas ou mesmo aposentados encontram na Filosofia um espaço, tanto para a reflexão, quanto para um esclarecimento pessoal. Uma coisa ninguém discute: o curso tem uma carga de leitura muito grande e exige um bom domínio da escrita. “A Filosofia envolve uma certa paixão. Tem que ter um gosto pela busca, pela indagação, pela reflexão”, explica a coordenadora do curso Patrícia Kauak.

Mauro Salgado, 55 anos, é médico cirurgião e professor da Faculdade de Medicina da UFMG. Ele fez um curso de especialização em Filosofia e gostou tanto que acabou criando, em 1998, o Clube do Filosofar. A turma, formada por médicos, psicólogos, jornalistas e engenheiros, estudiosos da Filosofia, reúne-se uma vez por mês na casa de um deles para discutir filmes, peças de teatro, músicas ou qualquer outra manifestação cultural, sempre sob a ótica filosófica. O médico percebe que a Filosofia também humanizou suas relações pessoais e com os pacientes e prescreve o estudo sem contra-indicações a todo mundo: “A Filosofia ensina a ver o mundo de uma maneira mais elaborada e amplia o raciocínio”, receita Mauro Salgado.

O aluno tem as opções de Licenciatura e Bacharelado. A escolha é feita no 5o período do curso. Quem escolhe a primeira opção, pode dar aulas de Filosofia em escolas das redes pública e privada. Além das disciplinas obrigatórias e optativas, há uma carga horária especial com atividades na Faculdade de Educação (FAE) e no Laboratório de Ensino da Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas (Fafich). Os alunos também fazem estágio em escolas do ensino médio para aprenderem na prática como ensinar.

Quem opta pelo Bacharelado se envolve mais com a pesquisa acadêmica, mas, geralmente, esses profissionais também vão para a sala de aula, só que nas universidades e faculdades. Os estudantes devem fazer uma formação complementar de 300 horas/aula em uma das áreas – Ciências Exatas e Biológicas, Ciências Humanas ou Artes – podendo escolher matérias de cursos diferentes para compor seu currículo e incrementar seu conhecimento na área que tiver mais afinidade.

Fora da sala de aula, o bacharel em Filosofia ainda tem um mercado de trabalho bastante restrito, mas, segundo a coordenadora do curso, Patrícia Kauak, isso está mudando. “Muitas comissões interdisciplinares ou interinstitucionais requerem a figura do filósofo, alguém para pensar a ética. E também existe a possibilidade do filósofo como consultor, pensando as organizações institucionais ou a própria questão do conhecimento que circula numa empresa, por exemplo”.