Revista da Universidade Federal de Minas Gerais
Ano 4 - nº. 9 - Julho de 2006 - Edição Vestibular


Editorial

Educação para desenhar o futuro

Entrevista
Resposta às demandas sociais

Extensão e pesquisa
Conhecimento público e para o público

Empreendedorismo
Aprendizes de feiticeiro

Assistência ao estudante
As invisíveis barreiras da educação

Internacionalização
Janelas para o mundo

Ciências Agrárias
Agronomia
Medicina Veterinária
Zootecnia

Ciências Biológicas
Ciências Biológicas

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Nutrição
Educação Física
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Ciências Exatas e da Terra
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Sonhos concretos

Arquitetura e Urbanismo

Interpretar desejos e transformá-los em realidade. Para isso, é preciso manter a mente aberta, pois a Arquitetura não respira sem a contribuição da arte e de outras áreas do conhecimento. Tudo interessa: filosofia, antropologia, esquadria, tecnologia...

A máxima “casa de ferreiro, espeto de pau”, definitivamente, não vale para a Escola de Arquitetura e Urbanismo da UFMG. Atualmente, o prédio, localizado na rua Paraíba, no bairro Funcionários, na região sul de Belo Horizonte, passa por uma revitalização. Sabe quem está à frente do trabalho? Os próprios alunos. O desafio é conciliar reforma das áreas que podem ser alteradas – parte do prédio é tombada pelo Patrimônio Histórico de Minas Gerais – e restauração do que deve ser preservado. “A idéia é reaproximar a escola de seu projeto original. É um trabalho árduo”, explica o estudante do 5o período, Fábio Santana, 23 anos, que participa do projeto.

Mas os estudantes de Arquitetura e Urbanismo da UFMG também estão atentos ao que acontece fora da escola. Os alunos, sob a supervisão dos professores, prestam assistência a prefeituras na elaboração e execução do plano diretor, que é o projeto que define para onde e como a cidade vai crescer. “Sempre atuamos de maneira a não competir com o profissional que nós mesmos estamos formando para o mercado de trabalho”, ressalta César Gualtieri, coordenador do curso de Arquitetura e Urbanismo da UFMG.

Luís Otávio Campos, 26 anos, que já está no 10o período, optou por participar de projetos de Arquitetura Pública. O primeiro trabalho foi em Sabará, onde atuou na requalificação da Estação Central e de uma área da periferia da cidade. “Temos desenvolvido muitos trabalhos para atender pessoas que normalmente não têm condições de ter acesso a um arquiteto”, explica César Gualtieri. Quando a cidade de Barbacena apresentou uma demanda, foi o aluno Luís Otávio quem ajudou a levar o projeto da escola até o município e coordenou a equipe que fez a revitalização de toda a estrutura urbana do local. Os estudantes têm, ainda, atuado na preservação do patrimônio histórico modernista e, recentemente, a Escola assinou um convênio para realizar esse tipo de trabalho em Ouro Preto.

Consciência social Para o coordenador do curso, o estudante deve ter a consciência de que, como futuro profissional, ele tem uma importante missão: “Ele deverá colaborar para criar uma sociedade mais justa. Hoje não há cidade que não tenha problemas constantes de chuvas, desabamentos, e grupamentos de favelas. Somente com a atuação do arquiteto, vamos conseguir mudar isso. O ‘ganhar a vida’ é uma decorrência desse processo”, afirma César Gualtieri.

A Escola de Arquitetura e Urbanismo da UFMG é formada por quatro departamentos (Análise Crítica e Histórica, Projetos, Tecnologia e Urbanismo), que oferecem ao futuro profissional uma formação bastante ampla, com disciplinas nas áreas de Ciências Exatas, Humanas e Econômicas. O currículo vai passar por mudanças a partir do primeiro semestre de 2008, mas o curso continua dividido em três etapas: disciplinas de fundamentação, disciplinas profissionais e o trabalho final de graduação.

O arquiteto Gustavo Penna, 56 anos, começou sua “carreira” bem cedo, ainda como estudante do 2o período do curso. Ele e outros quatro colegas utilizaram a casa do avô para fazer os primeiros projetos de reformas em casas, escritórios e consultórios. A inciativa, que começou em formato experimental, deu certo. O escritório de arquitetura, que continua no mesmo endereço, é um dos mais famosos em Belo Horizonte. “Sou uma espécie de clínico geral. A vida fica mais divertida para quem não é especialista. O cliente muda, muda a abordagem, e é necessário sonhar tudo de novo, ativar a intuição e a criatividade. É estimulante”, conta Gustavo, que também é professor na escola há 28 anos.

O coordenador do curso César Gualtieri garante que o aluno que se dedicar será um profissional de êxito. Exemplos não faltam para confirmar a tese do professor da UFMG. Formado pela Escola de Arquitetura da Universidade em 1967, Éolo Maia, falecido em 2002, é considerado um dos precursores da pós-modernidade brasileira. Sua obra é tema de um livro lançado pela Editora UFMG: Éolo Maia – Complexidade e contradição na arquitetura brasileira, escrito pelo arquiteto urbanista Bruno Santa Cecília. Com apresentação do engenheiro Rinaldo Campos Soares, presidente da Usiminas, a obra aborda as inovações do prédio Rainha da Sucata. A construção do edifício, na capital mineira, coincide com o auge do pós-modernismo arquitetônico brasileiro.