Revista da Universidade Federal de Minas Gerais
Ano 4 - nº. 9 - Julho de 2006 - Edição Vestibular


Editorial

Educação para desenhar o futuro

Entrevista
Resposta às demandas sociais

Extensão e pesquisa
Conhecimento público e para o público

Empreendedorismo
Aprendizes de feiticeiro

Assistência ao estudante
As invisíveis barreiras da educação

Internacionalização
Janelas para o mundo

Ciências Agrárias
Agronomia
Medicina Veterinária
Zootecnia

Ciências Biológicas
Ciências Biológicas

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Lingüística, Letras e Artes
Teatro
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UFMG Diversa
Expediente

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Alimento da alma, sustento do corpo

Teatro

Emoção, beleza, entretenimento. Mas o teatro, seja nos palcos ou nos bastidores, é muito mais do que isso. Além de ser o alimento da alma, é uma profissão muito séria, que exige grande esforço e dedicação.

Até que as cortinas se abram e que as luzes se acendam é preciso trilhar um longo percurso. O espetáculo é o produto final de um trabalho, e que ainda não está acabado. “Cada apresentação é de um jeito, mesmo que seja a mesma peça. A cada dia a relação com o público é diferente”, explica o ator Jonnatha Horta, 25 anos. E para que tudo saia bem, a prática e a experimentação devem ser constantes, afirma o ator que trabalha atualmente no Grupo Oficina Multimedia e dá aulas para jovens da periferia de Belo Horizonte.

Para o diretor da Odeon Companhia Teatral, Carlos Gradim, 40 anos, disposição para lidar com rotinas diferenciadas, que mudam de acordo com cada projeto, é uma característica indispensável para quem deseja enveredar-se pelas artes cênicas. Essa versatilidade reflete-se também nas possibilidades de atuação. “O profissional pode desempenhar as funções de ator, diretor ou produtor de espetáculos. As áreas de sonoplastia e iluminação completam a lista de possibilidades”, explica Gradim.

Formado há 17 anos, Carlos Gradim trabalha ainda como coordenador do Programa Valores de Minas, do Governo do Estado de Minas Gerais. A iniciativa procura estimular a cidadania por meio da arte e, atualmente, conta com a participação de 300 jovens da Região Metropolitana de Belo Horizonte.
As escolas de ensino médio e fundamental, públicas e particulares, também têm aberto as suas portas para a arte. A coordenadora do curso de Teatro da UFMG, Mônica Ribeiro, explica que “antes, quem dava aulas de Teatro nas escolas eram os professores de Português, Literatura e História. Hoje, esse espaço está sendo ocupado por profissionais especializados”.

Curso em cena Ser professor é uma das possibilidades para quem se forma em Teatro na UFMG. O outro caminho é o Bacharelado, com habilitação em interpretação teatral. A escolha acontece no 3o período, depois de cursarem disciplinas básicas, como educação vocal, improvisação e interpretação. Com o objetivo de formar profissionais críticos e criativos, os currículos das duas opções incluem a pesquisa e a prática das principais concepções sobre representação teatral do século 20. Disciplinas de prática artístico-pedagógica, história e teoria do teatro também fazem parte do curso.

No percurso da Licenciatura, todas as práticas terão aplicação no processo de ensino e aprendizagem. Além das aulas na Escola de Belas Artes, unidade acadêmica na qual o curso de Teatro está vinculado, cinco disciplinas são cursadas na Faculdade de Educação (FAE) e envolvem Didática, Sociologia e Política da Educação. Praticar também é preciso. Para isso, os alunos devem fazer quatro estágios obrigatórios a partir do 5º período em escolas de ensino médio ou fundamental.

Para os futuros bacharéis, o estágio não é obrigatório e as montagens teatrais estão previstas no próprio currículo, no 5o e no 7o períodos. Na maioria das vezes, essas produções entram para a agenda de eventos da própria Universidade, que possui uma vida cultural recheada. Para Michelle Costa, do 7o período, 26 anos, “os vários locais de interação com o público da Universidade são importantes para que o aluno experimente esse contato”. Nas duas montagens que fez, Michelle teve a oportunidade de se apresentar para o público universitário.

As provas práticas para ingressar na UFMG exigem noções de preparação vocal, corporal e cênica, que podem ser adquiridas em cursos técnicos ou oficinas. Por isso, é necessário fazer uma espécie de pré-temporada. “Antes de entrar para a universidade, fiz o curso técnico no Palácio das Artes”, conta Michelle Costa, que, atualmente, trabalha no grupo de teatro Armatrux. “Para quem quer ser ator não é preciso entrar para a universidade, mas se você deseja ir além, quer refletir sobre a sua prática, trabalhar com pesquisas experimentais ou dar aulas, esse é o caminho”, completa o ator Jonnatha Horta.

Entender da política cultural é outra recomendação de Jonnatha. Atualmente, o teatro depende muito das leis de incentivo à cultura, como a Rouanet e, segundo ele, muitas companhias acabam reféns dos interesses dos patrocinadores, normalmente empresas. É preciso conhecer a função política da arte e os seus mecanismos para poder sobreviver dela”, completa Jonnatha.